quarta-feira, 29 de junho de 2011

Agravações homeopáticas

Olá!

A administração de remédios homeopáticos pode resultar na melhora imediata dos sintomas da doença ou passar por uma agravação destes, porém ambas as evoluções geralmente são seguidas da cura da doença. Ater-me-ei, neste post, às agravações, falando primeiro de alguns conceitos e, logo após, de casos clínicos com agravações. Infelizmente, devido à falta de literatura rica sobre o tema, alguns homeopatas desacreditam nele, constituindo-se num tema polêmico até mesmo dentre os que creem na homeopatia.

“Aumento de sintomas importantes do estado de doença, que segue à administração do medicamento específico ao doente, agravação esta tanto mais aparente quanto maior a similitude global do medicamento escolhido.” Hahnemann – Ensaios sobre um novo princípio (1798).

“Intensificação transitória dos sintomas que sobrevém depois da administração a um doente de medicamento escolhido segundo o princípio da semelhança.” Kent (1849-1916).

As agravações (ou agravamentos) primárias ocorrem devido às ações farmacodinâmicas. Elas resultam da soma de duas doenças: a natural, da qual o paciente foi se tratar, e uma outra, artificial, resultante das próprias ações dos medicamentos. Quanto maior o agrave, maior a similitude dos efeitos do medicamento com a doença. Eventualmente, pode acontecer quando o simillimum, mesmo estando correto, é administrado de forma incorreta, ou seja, com diluição baixa e de forma repetida. O seu aparecimento levou Hahnemann a reduzir gradativamente as doses até níveis baixíssimos de concentração, para tentar evitá-las e conseguir uma melhora com menos efeitos ruins ao paciente.

“Não há como prever uma agravação homeopática. Ela não depende do médico; nem do medicamento, e sim da postura do organismo (sintonia, sensibilidade) frente a um estímulo correto na qualidade, porém excessivo na intensidade. Pode ocorrer com qualquer dinamização, desde C3, C6... após uma única dose... dentro dos primeiros dias... ou horas.”

É muito mais comum a ocorrência dos agravamentos em casos crônicos que em agudos, haja vista que, quando ocorrem, costumam aparecer poucos dias após a administração do remédio, porém costumam levar a uma grande melhora após algum tempo. Para os homeopatas que defendem a existência dos agravamentos, seu aparecimento costuma ser um alívio, pois indica que houve acerto na escolha do remédio.

A agravação não deve ser vista como algo prejudicial, pois ela pode ser entendida como um “sinal” que indica o começo da eficácia do tratamento homeopático.

A administração de alopáticos para o alívio dos sintomas de um agravamento pode ser de boa ajuda também, pois já houve a resposta do corpo à doença natural e ao simillimum, fato que pode melhorar a recuperação do paciente, pois a atenuação de sintomas é melhor ao bem-estar da pessoa. A utilização da alopatia para uma complementação à homeopatia, nestes e em outros casos, é vista com bons olhos por alguns (mas nem todos!) homeopatas, porque o verdadeiro e final objetivo de um bom médico é o bem-estar e a cura do seu paciente, não importando se há a utilização de alopatia, homeopatia ou ambos.

Vou apresentar agora três casos clínicos nos quais ocorreram agravações. (Casos acompanhados pela Profª Anna Kossak Romanach)

O primeiro (homem, 19 anos) se trata de um caso de herpes zoster que evoluía há cinco dias, com lesões circundando o hemitórax direito, causando ardor e dor intensa, que impossibilitavam os movimentos no membro superior direito. Havia suor pegajoso e agravava-se à noite. O paciente era deprimido e calado. (É bom lembrar que os aspectos psicológicos também são relevantes na escolha do medicamento homeopático). Foi utilizado primeiramente Mercurius solubilis.





Aspecto inicial, antes do tratamento com Mercurius solubilis.






3º dia após Mercurius solubilis. Agravo: lesões bolhosas deixando transparecer conteúdo sanguíneo purulento. Em contraste com o aspecto horrendo das lesões, o paciente estava assintomático, sentindo-se ótimo. Adotado Ranunculus bulbosus.




No 7º dia, as lesões melhoraram. Foi mantido o Ranunculus bulbosus e solução anti-séptica.





Por telefone, ao 15º dia, o paciente declara-se curado. Foi convocado para um exame. Estava em processo de cicatrização. Solicitado o uso de pomada de Calendula.




No 33º dia, a pele encontrava-se próxima à normalidade.






Este outro (mulher, 26 anos) se trata de uma piodermite crônica na região do antebraço, evoluindo há três anos. A paciente era cooperativa, de aparência alegre, mas confessava ser irresoluta, triste e chorosa, além de ser sensível à música e com tendências à obesidade.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)


E o terceiro (mulher, 24 anos) se trata de um caso de acne e dermatofitose, que ocorria “há muitos anos”. Apresentava hipersudorese, prurido cutâneo noturno, astenia e memória fraca. Era extremamente sensível ao frio, fato evidenciado pelas vestes de lã em pleno verão. Pessoa insegura e melancólica.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)


Fontes:

http://homeopatia-chl.blogspot.com/2008/06/agravamento-homeoptico.html

Agravações Homeopáticas - Profª Anna Kossak Romanach

Dr. Celso Fernandes Batello - Homeopatia x Alopatia: Uma abordagem sobre o assunto


Posted by Leonardo

sábado, 25 de junho de 2011

Abordagem homeopática para tratar infecções- Parte I

Em posts anteriores, foi exposta a interessante história da homeopatia, que está em íntima relação com a maneira pela qual a ciência era percebida no século XIX- um período em que a modernidade capitalista e industrial se consolidava no mundo ocidental, às vezes de maneira traumática e difícil para muitas pessoas. Trata-se de uma época em que a própria medicina baseada em evidências comprováveis dava seus primeiros passos em direção ao relativo “avanço” que temos hoje, e muitas vezes os tratamentos convencionais científicos utilizados eram tão agressivos aos pacientes que matavam mais do que curavam. Para se ter uma idéia, foi somente em meados do século que o éter e clorofórmio inalados passaram a ser utilizados como anestesia em cirurgias, mas mesmo assim muitos pacientes morriam intoxicados ou em decorrência de infecções hospitalares, cuja causa era desconhecida pelos médicos. Foi nesse contexto que surgiu a homeopatia, primeiramente com os trabalhos de Hahnemann, na Europa Continental, e depois rapidamente se popularizando e chegando à América do Norte. Podemos atribuir esta grande popularidade galgada pela homeopatia no século XIX à “selvageria” da medicina convencional, tendo em vista que dificilmente um paciente sofria efeitos colaterais com o tratamento homeopático, e mesmo que ele não surtisse efeito aparente, pelo menos não matava o doente. Além disso, o raciocínio holístico era o que muitas vezes faltava, proporcionando um importante passo para a cura.

ChewJ-CholeraWardhamburg.jpg

No século XIX, a homeopatia era percebida como um tratamento mais desejável que os leitos de contenção sanitária convencionais.

O jornal parisiense alerta a população para o perigo iminente da “foice” colérica.

Na verdade, especula-se que a homeopatia tenha conduzido ao abandono de práticas medicinais obsoletas no século XIX, como a ainda utilizada técnica de sangrias. É provável que a práxis homeopática levou cientistas e médicos a uma nova linha de pesquisa e busca de remédios e técnicas não invasivas, menos agressivas e mais eficientes no tratamento. Se juntarmos a isso as grandes descobertas feitas no campo da microbiologia e sanitarismo, percebemos o fenômeno que levou ao grande progresso da medicina na Idade Contemporânea. Estudos de história da medicina mostram que a homeopatia atingia os maiores índices de popularidade durante as freqüentes epidemias de cólera, escarlatina, febre amarela e tifóide enfrentadas pela população da Europa e Estadas Unidos na época. As grandes epidemias de cólera passaram a se tornar freqüentes na Europa em 1817, quando se especula que a doença tenha se espalhado por rotas comerciais da Índia até a Rússia. Somente no país czarista, de 1847 até 1851, mais de um milhão de pessoas pereceram em função da agressiva desidratação provocada pela moléstia.

Hampton House, antigo hospital homeopático em Bristol, Inglaterra

As evidências historiográficas mostram que as taxas de morte por cólera em hospitais homeopáticos eram menores em até um oitavo daquelas de hospitais convencionais. Como resultado do sucesso, havia no início do século XX mais de 100 hospitais homeopáticos e 22 escolas especializadas no tema. É claro que se pode atribuir esta maior eficiência da homeopatia no tratamento de doenças infecciosas à menor lotação de tais estabelecimentos em períodos de epidemias (é de se imaginar que o tratamento homeopático era mais caro que o oferecido em hospitais epidêmicos convencionais), o cuidado mais focado e intensivo com o paciente e a ausência de práticas agressivas e com efeitos colaterais (mais uma vez, o tratamento podia ser ineficiente, mas pelo menos não agredia o doente). No entanto, o fato é que a homeopatia abriu precedentes para novas possibilidades de tratamento, o que foi de suma importância para o raciocínio médico do período. Além disso, agiu como um mecanismo de incutir na medicina uma preocupação humanista, o que serviu como um contraponto ideológico em uma época em que começavam a surgir as teses de eugenia e superioridade racial, tão prejudiciais ao século XX.

Em função desta interessante relação da homeopatia com o tratamento de infecções, passaremos agora a postar uma pequena série de posts que exploram as alternativas homeopáticas para antibióticos ou antivirais. Embora os princípios bioquímicos de tais medicações só possam ser avaliados se pensarmos no que eles causariam ao corpo em maiores concentrações, é interessante aplicar tal abordagem à lógica da homeopatia, assim como fizemos quando narramos as possibilidades de tratamento homeopático para a depressão. Aguardem!

Posted By Vitor Paiva

Referencias:http://herbs.lovetoknow.com/Homeopathic_MRSA_Treatment

http://www.naturalnews.com/023595_homeopathic_medicine_homeopathy.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Homeopathy

http://gr9museumproject.asb-wiki.wikispaces.net/Joshua

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O uso de glóbulos como veículos na homeopatia

O USO DE GLÓBULOS COMO VEÍCULOS NA HOMEOPATIA

Aqueles que se tratam com a homeopatia com certeza conhecem as famosas bolinhas açucaradas, que são prescritas como remédios homeopáticos. Entre as crianças, o mais difícil é controlar a quantidade ingerida. Por serem feitos de sacarose, os glóbulos possuem um sabor adocicado, por isso acabam por parecer mais com balas que com remédios. Esse fato interessa bastante à indústria farmacêutica, que possui alta preocupação com a aceitação do remédio pelos usuários. Além de possuírem a preferência dos pacientes (por apresentarem sabor agradável e maneira mais prática de utilizaçao), os glóbulos proporcionam uma maior eficácia nos tratamentos e consequente satisfação dos consumidores, pois a bolinha açucarada não costuma ser alvo de rejeição dos usuários. Dessa forma, ela acaba por diminuir os casos de interrupção do tratamento pelo próprio paciente.

Os glóbulos são fabricados com sacarose(açúcar comum) a partir de um processo chamado drageamento, no qual adquirem forma esférica. São bastante solúveis em água e pouquíssimo solúveis em álcool. É importante lembrar que, por serem constituídos de açúcar, possuem utilização com restrições a diabéticos.

As esferas açucaradas parecem ter sido utilizadas primeiramente por Hahneman, que relatou por escrito que um amigo confeiteiro as fornecia. Para funcionarem como veículo para a homeopatia, passam por um processo de impregnação. Primeiramente, a solução é preparada segundo os princípios homeopáticos de diluições e agitações, se tornando então dinamizada. Então, os glóbulos são colocados dentro da solução, para que possam absorvê-la, e postos para secar, pois ficam úmidos. Esse processo é repetido diversas vezes até que seja atingido o grau de absorção desejado. Vale destacar que, como mencionado anteriormente, os glóbulos são solúveis em água, o que faz necessário que a solução dinamizada seja diluída em álcool. Quanto maior o teor alcoólico da solução, maior a impregnação.

A maneira de utilização do medicamento é por meio de lenta diluição na boca, que proporciona rápida absorção pelo organismo. É importante saber que existem tamanhos diferentes de glóbulos, os quais são escolhidos de acordo com a preferência de cada farmácia. Entretanto, o tamanho não costuma ser considerado pelos homeopatas ao prescrever o número de glóbulos, apesar de cada um deles possuir dosagem diferente de medicamento. Isso acontece porque, diferente da farmacologia clássica, a dose dos remédios pode ser estabelecida experimentalmente, aumentando-se gradativamente caso a melhora do paciente seja pequena. O tratamento com outros remédios nao homeopáticos muitas vezes requer que as doses sejam respeitadas de forma rígida, pois podem se tornar tóxicos em maiores quantidades.

Fonte:


Posted by Jessica Ramos

terça-feira, 21 de junho de 2011

Diluições além Avogadro

Olá!

Venho agora explicar a vocês que acompanham o blog sobre o número ou constante de Avogadro (o famoso 6x1023) e sua relação com as diluições homeopáticas.

Primeiramente, vamos a um pouco da história envolvendo esta constante física.

O número de Avogadro tem esse nome em homenagem ao físico italiano Amadeo Avogadro (1786 – 1856). Ele enunciou sua lei, que ficou conhecida por Lei de Avogadro: “volumes iguais, de gases diferentes e à mesma temperatura e pressão, possuem o mesmo número de moléculas”.

Mesmo sabendo da veracidade desta lei, não se sabia ao certo qual a quantidade de moléculas existentes em determinada massa gasosa. Esse número de moléculas passou a se chamar número de Avogadro (NA ou N0). Mas, qual o seu valor?

No início do século XX, o professor da Universidade de Paris (França), Jean Baptiste Perrin, realizou experimentos que o levaram a concluir que esse número estaria entre 6,5x1023 e 7,2x1023 moléculas em cada mol da substância. Com essa conclusão, Perrin ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1926.

O atual valor para essa constante pode ser obtido através da relação, na eletrólise:

F = NA . e

Em que F é o Faraday, NA é o número de Avogadro e e é a carga elétrica do elétron. Como F e e podem ser obtidos independentemente um do outro, pode-se obter NA. Assim:

F = 96485,3399 C

e = 1,60199x10-19 C

NA = F / e = 96485,3399 / 1,60199x10-19 = 6,022x1023

Conclui-se, também, além do próprio valor de NA, que está é uma constante adimensional, haja vista o cancelamento que ocorre nos cálculos, pois tanto o Faraday quanto a carga do elétron são medidas em Coulombs.

O NA, de forma geral, indica o número de partículas (átomos, moléculas, prótons, íons...) contidos em 1 mol.

Agora que já fomos devidamente apresentados a este número, vejamos sua relação com diluições homeopáticas.

Suponhamos uma solução de concentração 1 mol/L. A cada diluição decimal (mais detalhes nos posts ‘Dinamizações e Diluições’ e ‘Fundamentos da Homeopatia’) sua concentração cai em um décimo. Ou seja, após a primeira diluição decimal, a concentração é de 1x10-1 mol/L, após a segunda, 1x10-2 mol/L e assim sucessivamente. Esse mecanismo também pode se aplicar às diluições centesimais. 1C: 1x10-2 mol/L, 2C: 1x10-4 mol/L, etc. Não se questiona a existência de soluto até as potências 23X e 11C.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)

Porém, a partir da diluição seguinte, existe a probabilidade de que não haja mais soluto em solução, pois a concentração seria menor que a ordem de grandeza do inverso do NA. Ou seja, após esta diluição é possível que se retire uma parte da solução contendo apenas solvente.

Partamos para uma aplicação prática disso. Hormônios têm uma baixíssima concentração no sangue (chega a ser da ordem de picomol por litro – 10-12 mol/L), porém suficiente para ser identificada em um exame de sangue, qualquer que seja a amostra do sangue retirada. No caso de um remédio homeopático diluído além de 10-24, é possível que não seja identificada uma única molécula de fármaco em uma amostra extraída dela, mesmo que na solução original ele esteja presente.


Referências:

http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/o-numero-avogadro.htm

http://efisica.if.usp.br/moderna/materia/avogadro/

http://www.ceticos.com.br/homeopatia.php


Posted by Leonardo

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dinamizações e Diluições

Olá, seguidores!

Sabemos que já foi citado nesse blog um pouco sobre dinamizações e diluições, porém, por ser uma das bases da homeopatia, é um tema que merece uma maior atenção.

Neste post, pretendemos exibir um pouco mais detalhadamente, as várias formas de dinamizações que são utilizadas no preparo dos remédios homeopáticos.

Como já dito anteriormente, dinamização (do grego dynamo – força) trata-se basicamente de diluição seguida de sucussão (como diria James Randi, chacoalhar).

Atenhamo-nos primeiramente à sucussão. Ela consiste em agitar o preparo para que o solvente “memorize” as propriedades terapêuticas do soluto. Este é um processo cujo método de realização não é unânime entre os homeopatas. Alguns são bem metódicos e dizem que ela só é eficaz caso se agite manualmente o recipiente de preparo dez vezes, em cada uma das três direções (para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita, para frente e para trás). Outros afirmam que basta agitar, seja manualmente, seja por meio de um braço mecânico ou, até mesmo, batendo o recipiente contra uma superfície rígida, como uma mesa.

Existem muitas formas que se pode diluir uma substância, cada uma delas podendo ser identificada no frasco do remédio, através da indicação das potências. Algumas das escalas (decimal, centesimal e cinquenta-milesimal) já foram explicadas no post Fundamentos da Homeopatia, enquanto outras formas ainda estão pendentes. Vislumbremo-las, pois.

Primeiro, é importante saber que quase sempre os medicamentos homeopáticos são dinamizados, ou seja, são diluídos e, posteriormente, agitados. Os solventes mais usados para essa diluição são a água, o álcool e a glicerina. Quando a substancia a ser diluída não for solúvel nesses solventes, é necessário triturá-la.

Antes de começar a falar das diluições em si, é preciso falar da “tintura-mãe”. É ela, na verdade, que será diluída para a obtenção do remédio, ao final. Tintura-mãe é a solução que comporta a substância ativa. É obtida, no caso de substâncias solúveis, através do contato e consequente solvatação de uma solução (geralmente hidroalcoólica) com o substrato, por exemplo uma folha, uma rocha ou um órgão animal específico. Para substâncias insolúveis, é necessária a trituração misturada com lactose para, então, colocá-las em contato com o solvente.

Essa lactose é dividida em três porções, que serão trituradas aos poucos e no, fim, ao juntar-se as três porções, teremos a primeira trituração centesimal da substancia. Esse processo deve ser feito mais duas vezes, para que então se possa colocar a substancia em contato com o solvente. Agora sim, com a obtenção da tintura-mãe, podem-se começar as diluições e agitações. Porém, vale lembrar que tanto as diluições quanto as triturações são feitas na proporção de 1% inicialmente.

A diluição centesimal, já citada, é aquela em que existe 1 porção de substancia para 99 porções de solvente, na proporção 1:100, sendo a mais comum e a preconizada por Hahnemann. Os medicamentos assim preparados e agitados são conhecidos por CH, já que usam a escala centesimal e o método hahnemanniano (H).

Existe também a escala decimal, em que 1 parte de substancia é adicionada a 9 partes de solvente, na proporção 1:10.

Para se obterem potencias superiores, como por exemplo maiores que 1000CH, o russo Korsakov propôs um método (método korsakoviano) que consistia em diluir a substancia, sucussioná-la e então deixar que o conteúdo do frasco escorresse, pois assim restaria nesse frasco 1% da dinamização anterior, realizando esses passos sucessivamente, até alcançar a potencia desejada.

Outro método para o preparo de altas potências é chamado de Fluxo Continuo. Um equipamento mecânico realiza a dinamização da substancia de até 30 CH dentro de uma câmara de vidro, na qual há um fluxo continuo de água; desta maneira, a diluição e a agitação acontecem ao mesmo tempo. Conhecendo-se a velocidade do fluxo de água e a velocida

de com que a agitação acontece, é possível calcular o tempo necessário para se alcançar a potencia que se quer.

Ao fim de sua vida, Hahnemann propôs um novo tipo de diluição, conhecido como cinqüenta-milesimal (LM) na qual a proporção é de, no mínimo, 1:50.000. Nesse método, as substancias são trituradas por 3 horas (3ª trituração) e então se coloca, em um mesmo frasco, 0,06g dessa trituração, 400 gotas de água e 100 gotas de álcool.

Pega-se uma gota dessa solução e adiciona-se 100 gotas de álcool. Aí então são necessárias 100 sucussões, sendo essa a chamada LM1. Essa LM1 impregna então pequenos glóbulos, que depois são, cada um, dissolvido em 1 gota de água e misturados com 100 gotas de álcool, realizando novamente as 100 sucussões, obtendo a LM2. Para obter novas potências LM basta continuar esse processo. Hahnemann acreditava que esse processo levaria o paciente a uma cura mais rápida, suave e duradoura.

Para finalizar, é importante ressaltar que uma dinamização CH é diferente de uma dinamização pelo método korsakoviano, que por sua vez é diferente de uma dinamização LM. Ou seja, por mais que sejam utilizados mesmos valores numéricos, os medicamentos produzidos são diferentes, por se originarem de métodos diferentes. Por isto, é importante citarmos sempre um medicamento com seu nome completo, isto é, o nome da substância, sua potência e o método de obtenção.

Esperamos que, dessa forma, os diferentes nomes dos remédios homeopáticos tenham sido esclarecidos, assim como seus diferentes meios de preparo.

Aguardem! Logo postaremos sobre o número de Avogrado e suas relações com a homeopatia.

Referencia bibliográfica:

http://sites.mpc.com.br/bvshomeopatia/saladeleitura/texto6preparomedicamentoshomeopaticos.htm

http://desequilibrioquimico.files.wordpress.com/2010/08/homeopatia.gif

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTs9DvYamYZbLnHXWjd8h0sT0Zjddj-pOzF24C4N0QxdA-coTW8wA

http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRCleEqBpWHgBWXJ87t0FXWi0qYzi5Rl_MdyAwvei5j7VEB7hKLxGhTokhduw


Posted by Leonardo e Natasha

domingo, 19 de junho de 2011

Fitoterapia não é Homeopatia!

Olá!

Este post visa a um melhor esclarecimento quanto a diferenças entre homeopatia e fitoterapia. Muitas pessoas confundem estes dois ramos de tratamento da medicina alternativa. Eles não são a mesma coisa.

A homeopatia pode usar qualquer tipo de substância no preparo de seus fármacos, sejam elas de origem animal, mineral ou vegetal. Seus efeitos, como já dito, potencializam as defesas do corpo, através de substâncias diluídas que causem os efeitos da doença, quando experimentadas concentradas em homens sãos.

Já a fitoterapia (do grego: phyton – vegetal, e therapeia – tratamento), utiliza-se somente de plantas para o preparo de seus medicamentos. Eles costumam ser bastante concentrados, se comparados à homeopatia. Seus efeitos costumam ter uma inclinação alopática e normalmente suas ações foram comprovadas por pesquisas.

Por exemplo, o ácido ascórbico (ou vitamina C), que pode ser obtido através de diversos vegetais, como a acerola, o limão ou o brócolis, é um eficaz antioxidante (já dá para começar a observar o efeito alopático na etimologia), que atua nas vias metabólicas, protegendo o organismo contra radicais livres, auxiliando e não potencializando as nossas defesas (melhores explicações sobre as ações metabólicas podem ser encontradas no blog de nossos colegas sobre Radicais Livres e Antioxidantes, acessem: http://biobio-radicaislivres.blogspot.com/).

Existe também o famoso chá de quebra-pedra (Phyllantus niruri), utilizado no trato de lculo renal. Os cálculos renais são constituídos, dentre outras coisas, por oxalato de cálcio (parte mineral) e glicosaminoglicanos (parte orgânica). As substâncias ativas daquela planta impedem as ligações do oxalato aos GAGs, facilitando a eliminação e dificultando a formação das “pedras nos rins”.

Portanto, como se observa, são as próprias substâncias de origem vegetal que agem dentro do corpo, sem uma explícita relação com o mecanismo de defesa defendido pelos homeopatas.

Poderia passar dias falando de ações dessas e de outras plantas, como linhaça, alho, camomila, Ginkgo biloba, guaraná, cola... e chás, como o preto, o mate, o verde... mas isto foge da discussão do nosso blog.

Na fitoterapia, é possível também que ocorram efeitos colaterais, haja vista que as substâncias das plantas podem causar efeitos adversos no organismo, fato que não é encontrado na homeopatia, devido às enormes diluições.

Logo, a utilização dessas substâncias através do consumo de frutas e ervas, seja de forma direta, através de chás ou de remédios industrializados, está dentro do âmbito fitoterápico, pois é utilizada uma substância de origem vegetal no trato ou prevenção de qualquer moléstia. E NÃO tem relação com a homeopatia, pelos motivos já explicados.



Referências:

http://www.fitoterapia.com.br/portal/index.php

http://biobio-radicaislivres.blogspot.com/

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/22470


Posted by Leonardo

sábado, 18 de junho de 2011

Homeopatia contra a parede - parte 3

Olá!

Neste último post da série atacando a homeopatia, falarei de críticos a este tratamento. Embora esteja ciente de que há várias divergências entre publicações, matérias, reportagens, estudos e sites acerca da homeopatia (ora favoráveis, ora contrários), falarei agora da posição da revista The Lancet (uma das mais prestigiosas da área médica) e de um movimento, 1023, que faz campanha pública contra este ramo da medicina.

A revista atacou um relatório da OMS, de 2003, sobre homeopatia (Homoeopathy: review and analysis of reports on controlled clinical trials). O relatório afirma que o método terapêutico se mostrou superior ao placebo em experimentos controlados e "equivalente à medicina convencional no tratamento de doenças, tanto em homens quanto em animais".

Os críticos não pouparam palavras: "O relatório é baseado em dados positivos e esquece os negativos encontrados em outros estudos", disse Edzard Ernst, da Escola Médica Península, do Reino Unido. "A OMS não deveria promover a homeopatia, da mesma forma que o fez com a acupuntura". A OMS se defende ao afirmar que o relatório, além de preliminar, tem o objetivo de estimular mais pesquisas sobre o assunto. "Nossa proposta é melhorar as abordagens das pesquisas e levar a estudos clínicos mais apropriados", disse Xiaorui Zhang, que coordenou a análise da OMS.

Em uma pesquisa publicada pela The Lancet, em 2005, pesquisadores da Universidade de Berna (Suíça) fizeram testes separando algumas pessoas em grupos variando desde pequenos espaços amostrais (com dez pessoas) até grandes grupos com mais de mil voluntários e também fizeram testes com diferentes níveis de qualidade. Os testes envolviam placebo, remédios alopáticos e homeopáticos.

Os resultados do experimento indicaram que a homeopatia funcionou pouco melhor que o placebo em testes com grupos menores e com menor qualidade e a eficácia pareceu cair conforme o aumento do número de pessoas e com uma qualidade dos testes mais apurada.

A conclusão chegada é que, embora a homeopatia seja amplamente utilizada, os efeitos específicos dos remédios homeopáticos são implausíveis, em contraste com os alopáticos. A pesquisa indicou que seus efeitos são comparáveis aos de um placebo e não se equivalem aos de um tratamento convencional.

Em um editorial intitulado “O fim da homeopatia”, a revista disse que o mais surpreendente não são os resultados dos estudos, mas que a polêmica continue após mais de “150 anos de resultados desfavoráveis” à homeopatia. Afirmou também que os médicos deveriam ser mais honestos com seus pacientes a respeito da ausência de benefícios da homeopatia e que as atitudes dos médicos e dos pacientes com relação a certos tratamentos alternativos criam uma ameaça maior para o tratamento convencional e para o bem-estar dos pacientes, mais até que os próprios argumentos artificiais dos supostos benefícios de diluições absurdas.

Existe uma campanha que começou no Reino Unido chamada 1023 Homeopathy - there’s nothing in it, cujo nome faz alusão ao número de Avogadro (que será explicado em um post mais adiante). Ela faz uma série de críticas à homeopatia.

A mais marcante, até agora, realizada em 30/01/2010, às 10:23, foi mais de 400 pessoas, em 13 cidades britânicas, ingerirem overdoses de remédios homeopáticos em frente a lojas de uma rede de farmácias, com o intuito de mostrar que não há nada neste tipo de medicamento. As ações se repetiram nos dias 05 e 06/02/2011, de forma mais abrangente no mundo, tendo sido feita por mais de 1500 céticos, inclusive no Brasil e até na Antártica.

Esse movimento quer também que a maior rede de farmácias daquele país deixe de vender produtos homeopáticos. O grupo divulgou que o farmacêutico superintendente dessa rede admitiu que desconhece qualquer comprovação da eficácia desses produtos, mas os vende simplesmente porque algumas pessoas os compram.

Link para vários vídeos de pessoas tomando overdoses homeopáticas, no evento da campanha 1023, ao redor do mundo: http://www.1023.org.uk/the-1023-challenge-gallery.php

Referências:

http://agencia.fapesp.br/4243

http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736%2805%2967177-2/fulltext

http://www.1023.org.uk/

http://leonardof.med.br/2010/03/05/homeopatia-enfrenta-oposicao-no-reino-unido/

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/01/100130_homeopatia_protesto_overdose_np.shtml

Se você está curioso para saber o que aconteceu às pessoas da campanha, aqui vai: NÃO ACONTECEU NADA! NADA!!!


Posted by Leonardo

terça-feira, 14 de junho de 2011

A saúde de Dilma

Olá, seguidores!!!

No post de hoje, como nos foi pedido no blog de nossos tutores (acessem!!! biobio-unb.blogspot.com) iremos abordar o que a homeopatia poderia fazer quando relacionada com a reportagem sobre a presidenta (como prefere ser chamada) Dilma Rousseff, publicada na última última edição da revista Época (28 de maio, edição 680).


A reportagem mostra os problemas de saúde enfrentados pela presidenta, seus esforços para se manter bem, além de citar todos os 28 medicamentos que ela chegou a usar de uma só vez.
Para conferir a reportagem, acessem o link: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI236882-15223,00-A+SAUDE+DE+DILMA.html


A reportagem não menciona, em momento algum, o uso de remédios homeopáticos, mas traz a informação de que Dilma faz uso de suplementos vitamínicos, seguindo tratamento ortomolecular, e de cartilagem de tubarão, por conta própria. Tais condutas demonstram que ela não faz uso apenas de métodos ortodoxos, o que nos leva a crer que utilizar medicamentos homeopáticos não seria um tratamento descartado pela presidenta.

A reportagem supracitada menciona diversos problemas de saúde, além do câncer (linfoma) que apresentou e tratou em 2009, como pneumonia, gripes recorrentes, hipotiroidismo, hipertensão e diabetes tipo 2. A terapia homeopática, como já mencionamos em posts passados, tem o objetivo de estimular a autorreabilitação do organismo como um todo, utilizando substâncias que causariam os sintomas patológicos em pessoas sãs. A seguir, listamos alguns medicamentos homeopáticos que poderiam sem ministrados à presidenta para cada doença apresentada por ela, caso aderisse ao tratamento homeopático:


PNEUMONIA

  • Bryonia Alba
  • Ferrum phosphoricum

GRIPES

  • Allium sativum
  • Gelsemium sempervirens

HIPOTIROIDISMO

  • Thyroidinum
  • Thioproperazine

DIABETES

  • Syzygium
  • Glycerinum glicerina
  • Helonias

Segundo Dr. João Luiz de Carvalho Mattoso, médico especialista em Acupuntura (UNIFESP), Homeopata (Instituto Hahnemanniano do Brasil) e Tocoginecologista (TEGO), o tratamento homeopático poderia trazer diversos benefício para o tratamento de um câncer como o apresentado pela presidenta em 2009, como:

  1. diminuir a ação dos efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia;
  2. melhorar a função dos órgãos e vísceras, facilitando a desintoxicação e a eliminação;
  3. diminuindo os edemas e facilitando os vasos sanguíneos e linfáticos;
  4. diminuir as infecções e inflamações difíceis de serem controladas;
  5. melhorar o apetite, a absorção e o aproveitamento do alimento;
  6. diminuir ou estacionar o crescimento de nódulos, tumores e gânglios;
  7. diminuir a dor aguda e crônica;
  8. melhorar a qualidade de vida;
  9. ajudar no equilíbrio emocional e mental;
  10. ajudar o pré e o pós-operatório dos pacientes favorecendo sua recuperação;
  11. o medicamento é muito barato, sem efeito colateral e sem contra indicação;
  12. pode ser administrado com outros remédios sem interação medicamentosa.

Como se vê, são inúmeros os medicamentos homeopáticos para cada doença apresentada pela nossa presidenta. Resta saber se ela aceitaria deixar-se aos cuidados dos homeopatas!

É importante ressaltar que, por mais que esses remédios sejam indicados para tais doenças, é imprescindível consultar um médico antes de tomar qualquer medicamento! Os autores desse blog, em momento algum, querem incentivar a auto-medicação.

Referências bibliográficas:

http://www.highway.com.br/users/akatz/ortomol.htm

http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/1106/os-principais-remedios-homeopaticos

http://www.mdsaude.com/2009/02/quais-sao-os-sintomas-da-pneumonia.html

http://wikbio.com/pt/homeopatia-para-tire%C3%B3ide?q=pt/homeopatia-para-tire%C3%B3ide

http://wikbio.com/pt/Diabetes-e-Homeopatia

http://www.plantasquecuram.com.br

http://www.diasdacruz.com.br/homeopatia.php?idh=55

http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=48&id=917&menu=2


Posted by Jéssica Othon e Natasha